Fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, é passageiro, mas o que não se vê é ETERNO!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Orar a própria afetividade

Para que tenhamos nossos afetos ordenados, necessariamente devemos recorrer, não somente aos meios terapeuticos, que é muito recomendável. Mas para nós que queremos fazer um caminho de fé, que nos leva não somente a uma ordem afetiva, mas a um encontro pessoal com o Senhor, que me conhece e tudo sabe de mim. Preciso utilizar as vias ordinárias que a Igreja me recomenda, que são os Sacramentos a Direção espiritual e uma vida assídua e constante de Oração.
Recomendo nestas linhas abaixo, um modelo que pode ser favorável neste percurso de oração. Não é o único, mas seguido de forma coerente e atenciosa, com certeza te favorecerá muitos frutos nesta área.
Para isto siga atentamente os devidos pontos. E boa oração, bom encontro consigo mesmo e com o teu Senhor.
…………
Para iniciar encontre um lugar que seja trânquilo, silencioso e arejado, para que você possa rezar, e desta maneira estar presente no Eterno Presente.
Procure assim entrar em oração pacificando todo o teu ser, corpo, alma, mente e sentidos. Estando sentado ou de joelhos, vá inspirando e expirando calmamente, de modo profundo até sentir a quietude, a serenidade e a paz interior.
Desta forma, se apresente ao teu Senhor na tua realidade e mais profunda verdade, isto é, sem máscaras, assim como você se encontra neste momento: condições físicas, psíquicas, estado de ânimo, desejos espirituais… e acolha o silêncio, afastando de ti todo temor e inquietação.
Vai tomando consciência da presença do teu Senhor. Você não está sozinho, ou sozinha. Deus nosso Pai e criador olha para você com amor, desinteressado, Ele te aceita como tu es e te escuta atentamente.
Peça ao Espírito Santo que venha estar contigo, que Ele seja o inspirador e o sustento de tuas orações, peça a Ele a graça da oração do coração e a ordem de todos os teus afetos.
Neste momento, procure lembrar de uma imagem, cena ou frase que lhe ajude a entrar neste profundo diálogo com o Senhor. E deixe brotar a petição muito vital que você traz no coração.
Após esses “preâmbulos”, tome os se guintes “pontos” para o teu diálogo com o Senhor, em um ou vários tempos de oração:
· Imagine o olhar de Deus sobre tua realidade afetiva
· Será um olhar de reprovação ou de desconfiança?
· Um olhar de frieza e de desinteresse?
· Ou o olhar de Deus é um olhar de amor e de alegria, como o profeta nos relata (Is 62,5), de misericórdia e compaixão (Lc15,2)?
· Um olhar de Pai que também é maternal, que respeita a tua liberdade e que quer te ajudar a viver em plenitude!
· Olhe bem para o terreno em que você está pisando!
· Apresente ao Senhor o teu desejo de buscar esta harmonia interior.
· Mostre-O as áreas da tua afetividade que mais precisa ser tocada.
· Peça-O com humildade a graça da cura e o ordenamento afetivo.
Faça a partir de agora tua oração, com as respostas que está surgindo no teucoração.
Examine bem o sentido de tuas relações humanas. Observe se estas relações estão sendo regidas por um claro projeto de vida: seja ela familiar, profissional ou religiosa.
Esse projeto de vida é mesmo um projeto de amor? Você tem conseguido viver esse projeto com paz e alegria, sem interesse pessoal, mesquinho?
Faça tua oração com as respostas que lhe ocorrem.
Atualmente as pessoas ocupam, os primei ros lugares na tua afetividade? Você as faz subir ao “podium” do teu afeto? A quem você daria a “medalha” de ouro, de prata e de bronze?
Essas pessoas lhe trazem harmonia e equilíbrio para tua vida? Elas te ajudam a viver e a concretizar o projeto de vida, com dinamismo e alegria? Ou essas relações privilegiadas complicam a tua vida, freando, digamos assim o teu crescimento humano e espiritual?
Continue tua oração com as respostas que o Senhor lhe sugerir.
Quando você concluir cada momento de oração, procure no silêncio do teu coração dialogar mais pessoalmente com o Senhor, oferecendo-Lhe, tuas conclusões e pedindo-Lhe confirmação do que lhe parece ser realmente da Sua vontade.
Uma vez que você passou este tempo de confronto e de conhecimento interior. Dirija agora o teu olhar no olhar do Pai, do Filho e na compainha do Espírito Santo, neste movimento trinitário, deixe o louvor brotar do teu coração.
Para terminar, agradeça ao Senhor por Ele ter te criado, te sustentado e te doado vários dons e pelas maravilhas que Ele fez em você e através de você.
Agradeça-O pelo teu corpo, pela tua inteligência, pelo teu estado de alma e pelo caminho que você já percorreu até hoje, e também pelo caminho que Ele está te convidando a percorrer. Que é um percurso de auto-conhecimento que te favorecerá muito na tua conversão e no teu progresso de santificação.
Para encerrar se volte para Maria e aos teus santos padroeiros, e num só coro reze a oração que o próprio Cristo nos ensinou.
Pe. Martinho Maria de Porres, F.M.D.J.
Promotor Vocacionall

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